domingo, 26 de janeiro de 2014

SINA



Tu és um sonho guardado,
murmurado;
Um pranto sentido,
um grito acuado.

Tu és partida e chegada,
pecado e absolvição;
A porta cerrada,
a senha de entrada do meu coração.

Tu és o fruto macerado;
O vinho de minha ceia,
meus pés, minha jornada;
O sangue em minha veia.

Tu és o sol da minha noite
impulsionando meu destino;
meu lado sensato,
o meu desatino.

Tu és a fonte límpida,
onde bebo inspiração,
onde morro de desejo,
onde perco a razão.

Tu és minha sina,
traçado em linha certeira
o meu último suspiro,
minha trilha derradeira.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

MEUS ANJOS



          Há uma anjo lutando nas profundezas de meus infernos.
Ele está à beira de uma abismo.
Suas mãos são macias e escorregam,
sem que econsiga segurar-se, esquivar-se,
dos perigos que o atrai.

Há uma anjo bradando, às portas do meu céu.
Ele reúne sentimentos e chora suas razões:
Suas mãos calejadas, porém suaves, agarram-se
às minhas raízes.
Eu? Permaneço arena,
pequena, no confronto desses gladiadores.

OS VERSOS DE MINHA INFÂNCIA




Vim lá do interior
de minha Minas Gerais
acampar aqui no Rio
e pra lá num voltei mais.

Tenho saudade do alpendre
com banco pra nós sentá,
das piadas do Tio Pedro,
do canto do sabiá.

Do cheiro de café torrado,
do moinho de fubá,
das galinhas no terreiro,
correndo a cacarejá.

Do cavalo monte-negro,
da vaca mimosa e roleta.
O cair da tarde vermelha.
O bailar das borboleta.

Dos primo correndo pro açude
com balaio pra pescá,
tia Irene na cozinha:
"Meninos vem armoçá".

Do chinelo do vô Andrade
arrastando no assoalho,
das lamparinas, de noite,
alumiando o baralho.

O barulho do regato
 atrás da casa da vó,
aquele cheiro de mato,
é saudade que dá dó!


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

JOÃO LAMBÃO



 Era uma vez um menino
chamado João.
João era bonitinho, mas
não tinha educação.
Tudo que João comia
jogava o resto pelo chão.

João comia um pão,
e lá ia o embrulho no chão.
João chupava um picolé,
e zunia o palito com o pé.
Onde o menino brincava
lá, a sujeira se instalava.

Já tinha virado costume
esse jeito do João,
De achar muito natural
jogar lixo pelo chão.

Podia ter uma lixeira
bem ali, do seu lado,
que o menino não percebia,
Que estava sendo mal-educado.

Um dia choveu tanto, tanto,
Que era água para todo lado!
E João ficou em casa,
Sem poder sair: Ilhado.

Olhou pela janela
E viu um aguaceiro danado
que saia arrastando, todo
o lixo, ali, jogado!

João viu na TV
Que a cidade estava inundada.
Que o lixo impedira
a água de ser escoada.

Depois na escola ouviu
a professora explicar,
Que o lixo entope bueiros,
 impede a água de passar
Entendeu que seu lixinho
podia não causar enchente,
mas que esse, também era
o pensamento de muita gente.

Resolveu então,
Faria tudo com capricho
Seria um menino educado:
Só Jogaria lixo no lixo.







 



DESEJOS







Que desejos são esses,
Que caçam meu sexo,
Em fúria, como se bebesse
Em mim o cálice da paixão?
Oh, desejos impuros,
Que se emaculam no deleite
Deste amor!

Meu corpo fremente espera
Por ti.
Quero banhar-me em teus beijos,
Razão de minhas fantasias.
Estou presa em teus laços,
Entregue em teus braços,
Algemada por teus encantos.
Desejo a prisão eterna, se me
                 me prometeres perpetuar este momento